Monja Coen fala sobre o seu livro, 108 Contos e Parábolas Orientais e sobre a instabilidade que se vive a nível mundial
Cláudia Baptista de Souza, mais conhecida como Monja Coen, converteu-se ao budismo, tornando-se numa das mais influentes oradoras, escritoras e divulgadoras da paz e do budismo no mundo. Tem quase quatro milhões de seguidores no Instagram, e os seus vídeos no Youtube atingem milhares de visualizações em minutos.
My Zen Life - Buda quer dizer “o Iluminado" ou “o desperto”. Como é que cada um de nós pode despertar para esse caminho?
Monja Coen - Sim, é isso mesmo, um caminho. Consegue-se através da procura pelo despertar, na tradição Zen é o que fazemos tendo como meditação a técnica Zazen, isto é, sentar-se em meditação, adotando-a como a nossa prática principal. O zazen é a forma principal de meditação. “za” significa sentar-se. “zen” refere-se a um estado de meditação profunda e sutil. Permite conhecermo-nos a nós mesmo e escolher ações palavras e pensamentos sábios e compassivos para responder às provocações do mundo.
MZL - De que forma a livro 108 Contos E Parábolas Orientais nos pode ajudar nesse caminho?
MC - O livro pode-nos inspirar ao tomarmos conhecimento de vários momentos do despertar de personagens históricos ou atuais.
MZL - O que tem sido mais importante neste seu percurso e na passagem da mensagem budista?
MC - Muitos momentos mesmo... Cada momento é importante e único. Cada passo no caminho é o caminho. Transmitir é receber. Receber é despertar.
MZL - Em termos de hábitos e dedicação, o que é necessário para se ser um monge budista. Como conciliar isso com a vida pessoal? Basta querer?
MC - Ser monge ou monja significa abandonar corpo e mente. Significa sair da família biológica e adentrar a grande família humana. É ainda servir com respeito e sabedoria. É deixar-se envolver com o mundo e as questões de todos. Muito importante, é incluir todos os seres em nossos votos de fazer o bem e fazer bem feito o que estivermos fazendo.
MZL - E para com a sua família, uma vez que já é bisavó?
MC - A minha família já sabe de meus votos e estão de acordo. Mais, são estimuladores de minha prática. Não se lamentam da minha ausência em festinhas e celebrações familiares, pois a minha presença é parte integrante das suas vidas. O Budismo ensina-nos a estar presentes.
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