Mente tranquila é uma mente feliz
A felicidade é, talvez, o estado de espírito mais procurado pelo ser humano. Todos queremos ser felizes e todos temos visões diferentes sobre aquilo que consideramos ser a felicidade.
Uns encontram momentos de felicidade numa vida simples, outros numa vida mais confortável. Mas há também quem nunca se sinta feliz, independentemente do que faça, com quem esteja e daquilo que tenha conquistado.
A verdade é que o ser humano é, por natureza, insatisfeito e parece andar em permanente demanda. Esta demanda tem um lado positivo, já que funciona como um motor que impulsiona a ação e leva à concretização de sonhos e ideais de vida. Porém, mesmo depois de atingirem as suas metas, muitas pessoas deparam-se com um grande vazio dentro de si e com a sensação de serem profundamente infelizes. Porquê? O que lhes falta? Como podem alterar isso?
Para respondermos a estas questões é preciso considerarmos que o ser humano é composto por um corpo físico que lhe permite fazer a experiência na dimensão física, por um corpo emocional que o faz vibrar de alegria ou chorar de tristeza, por uma mente que lhe dá a capacidade de raciocinar e avaliar as situações, mas também é composto por um lado espiritual, onde reside a força e a essência da vida. Este lado espiritual precisa ser considerado, alimentado e respeitado. Conseguimos isso aprendendo a levar a atenção para o interior, escutando-o, pois é aí que encontramos a nossa orientação interior. Essa direção que vem de dentro, está muitas vezes ofuscada pelos ideais do mundo caótico em que vivemos, ou por experiências negativas que carregamos.
É necessário fazer-se uma espécie de purificação ou limpeza, esvaziando da mente ideias pré-concebidas, memórias desagradáveis, angústias e medos. Para esse fim, recomendo a meditação.
Meditar é levar a atenção para o interior, observando-o. Começamos por observar a nossa respiração, saboreando cada movimento do ar no corpo e acabamos por nos observarmos a nós mesmos, por escutarmos aquilo que o nosso ser espiritual tem para nos oferecer. Deste exercício simples, não só resulta um esvaziamento da mente, indispensável para o seu bom funcionamento, mas acedemos a uma sabedoria interior, que nos dita o melhor caminho a seguir em cada momento.
A prática regular da meditação faz-nos chegar a grandes descobertas. Constatamos que no nosso interior existe um lugar de serenidade a partir do qual ajustamos as nossas prioridades, valorizamos as coisas verdadeiramente importantes e entregamo-nos com alegria à vida, pois compreendemos a sua verdadeira riqueza.
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Desenvolvermos os nossos dons, fazermos aquilo para que somos particularmente dotados é igualmente promotor de felicidade. Algumas pessoas adoram cantar, outras dançar, tocar um instrumento musical, pintar, escrever, fazer trabalhos manuais, enfim, tudo aquilo que de alguma forma eleva o espírito.
Parar, ouvir o eu interior é essencial
Quando começamos a escutar a vontade que vem de dentro, somos compelidos a agir de acordo com ela e acabamos por constatar que essa voz interior está sempre certa. A vida torna-se então mais fluída, mais agradável e mais leve. As boas ideias surgem, sentimo-nos bem e a nossa energia eleva-se. Podemos vir a descobrir capacidades que desconhecíamos em nós. A vida ganha um novo sentido, um novo sabor e tudo parece mais harmonioso e perfeito.
Mesmo quando situações indesejáveis surgem, procuramos aprender com elas e, em seguida, largamos a memória negativa, não permitimos que fique a corroer o nosso coração.
Fazemos com regularidade o exercício de limpeza da mente através da meditação. Sempre que a vida se desequilibra, sabemos que cabe a nós fazer os devidos ajustes para a voltar a equilibrar. Deixamos de acusar o mundo pela nossa infelicidade e criamos a felicidade por nós mesmos. Ou seja, geramos um estado de espírito baseado na aceitação e fazemos o que a vida nos pede com um sorriso no rosto e alegria no coração. Aceitamos passar pelas experiências, mesmo quando não nos agradam ou são dolorosas, sabendo que tudo é passageiro e impermanente, por isso, aquele ciclo também há de terminar e à frente melhores momentos virão. A tudo e a todos oferecemos sempre uma boa cara.
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