Sustentabilidade e felicidade, um caminho a percorrer
Já parou para pensar para onde é que se está a dirigir?
Já refletiu se os passos que tem vindo a dar se coadunam com a vida que pretende viver?
Talvez sim, talvez não… esta será provavelmente a sua resposta!
Não é minha intenção inventar a roda, mas hoje gostava que olhássemos para o mundo e, acima de tudo, para si próprio utilizando um ângulo diferente. Vamos abrandar, respirar fundo e colocar tudo em perspetiva. Vamos dar um novo significado à palavra sustentabilidade. Porque na vida tudo tem a importância que lhe escolhemos dar.
Por definição, ser sustentável implica o respeito pelo planeta Terra e pelas formas de vida que nele habitam, enquanto tornamos viável o futuro das gerações vindouras. Significa também zelar pelo meio ambiente, sem nunca esquecer o equilíbrio social e o crescimento económico das nações.
Dito assim parece perfeito, não parece? Não obstante concordar em absoluto com esta visão e procurar segui-la no meu dia a dia, considero-a incompleta. Julgo que falta uma peça fundamental da qual todos parecemos querer esquecer! Um mergulho dentro de nós mesmos para que possamos alcançar a sustentabilidade pessoal e emocional.
Considera-se uma pessoa sustentável?
Crê que o seu arcabouço psicológico e emocional lhe permite olhar para cada dia com um olhar renovado, isto é, com uma atitude positiva, leve, feliz e compatível, a longo prazo, com a vida que deseja viver?
E, acima de tudo, a postura que tem vindo a adotar reflete as suas maiores aspirações? Se vivesse toda a vida assim, sentindo-se da forma que tem vindo a sentir-se, seria feliz?
Viver uma vida sustentável a nível emocional significa respeitar-se de tal forma que o seu bem-estar passa a ser a sua maior prioridade.
Viver uma vida sustentável a nível emocional significa respeitar-se de tal forma que o seu bem-estar passa a ser a sua maior prioridade. Só assim é possível adquirir-se uma paixão tal pela vida que funcione como o combustível capaz de nos dar energia para enfrentar os desafios que vão surgindo.
Com tantas diretrizes e recomendações, muitas vezes passamos pela vida em piloto automático, esquecendo-nos do mais importante da nossa própria felicidade.
De que vale passar os dias a correr de um lado para o outro se negligenciamos quem somos?
De que vale passar a vida a estabelecer objetivos que não correspondem à nossa essência?
Hoje, peço-lhe que olhe para si. Como é que se tem sentido? Feliz, serena, em paz? Irritadiça, cansada, stressada, desnorteada? Um misto de ambas as combinações? Acima de tudo, quero que saiba que seja qual for a resposta, está tudo bem. Aceite o momento presente como ele é, para que possamos construir a partir daí.
Para mim, ser-se sustentável é muito mais do que praticar um conjunto de ações social e ambientalmente responsáveis. É sermos capazes de prestar atenção às nossas emoções e ao que elas têm para nos ensinar. É ainda conseguirmos ouvir o nosso corpo e aquela voz dentro de nós que fala baixinho, mas que sabe sempre o caminho. Muitas vezes, teimamos é em não a ouvir.
Não queremos. Verdade?
Ser-se sustentável é gostarmos o suficiente de nós próprios para olharmos para a nossa vida e pararmos para perceber se o caminho que escolhemos seguir, - sim, é uma escolha -, é aquele que nos alimenta e faz felizes. É percebermos se os nossos dias são passados num estado maioritariamente caracterizado pela realização pessoal, ou se estamos permanentemente em esforço, como que numa luta constante com a vida.
É sabermos e ter a coragem de dizer “não” quando temos noção que é esse o melhor caminho a seguir.
De que é que vale irmos a um sem número de palestras ou conferências sobre sustentabilidade ambiental, adotarmos um par de medidas que promovem a sustentabilidade social se, no fim do dia nos sentimos drenados? O conceito que convido a abraçar é o da Sustentabilidade Pessoal, pede-lhe que faça o caminho inverso, de dentro para fora. Nunca vamos conseguir transformar o mundo se não nos mudarmos primeiro a nós. Considero até que é este o grande ponto de melhoria do ser humano. Passamos os dias a tentar mudar as circunstâncias externas quando, dentro de nós, vive um mar revolto.
E se acalmarmos primeiro esse turbilhão de emoções, percebendo, interiorizando e integrando o que elas nos querem ensinar e depois utilizarmos essa nova versão de nós mesmos para a construção de um mundo melhor?
É necessário fazer uma introspeção
Eckhart Tolle, célebre escritor alemão, diz-nos na sua célebre obra, O Poder do Agora,“Seja pelo menos tão interessado no que se passa dentro de si quanto no que acontece lá fora. Se acertar o interior, o exterior se encaixará.”
Isto é tão simples como: O mundo exterior é um reflexo do mundo interior. Gosto particularmente desta visão. Aquilo que experienciamos no nosso quotidiano é um reflexo daquilo que somos! Então, se assim é, trabalhemos o nosso interior, trabalhemos aquilo que sentimos e, sobretudo, a forma como nos relacionamos connosco. Só assim poderemos ser e viver uma vida sustentável a longo prazo.
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